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6/28/2010


A VIDA

É uma peça de teatro
É um chegar
É uma partida
É o palco
É a cena
É todos a assistir
Não há lugar para pena
Tu
És o artista
Tu tens de triunfar
De ti todos esperam
Um desempenho excelente
Não os podes desapontar
O teu triunfo
A tua alegria
Eles dela se apropriam
Se falhas
Se adoeces
Vem a pena do coitadinho
Aí deves ser forte
Não deixar que alguém note
O que na alma te vai
Um artista nunca cai
De pé
Mesmo com dores nas entranhas
Corroendo teu corpo
Mesmo definhando
No íntimo fazes tuas preces
Curvas-te e agradeces
Levantas a cabeça
E segues caminhando
Representando a vida
Não sabendo até quando

António da Costa

6/16/2010


CANCRO
CONTRA ATAQUE

É pá
Ele fez isso?
Atacou-te á traição?
Não esperavas o ataque
Claro
Mesmo assim ele atacou
E de mansinho lá entrou
Para te infernizar a vida
E agora
Que vais fazer?
Vais deixar que esse covarde
Que em tuas entranhas entrou
E por convite não esperou
Mesmo que sem dares por isso
Tuas defesas descuidaram
Mas agora vais lutar
Tu ainda não acabaste
Ainda agora começaste
Na luta que vai ser renhida
Mas que vais levar de vencida
Luta sem tréguas e dura
Irás ter na tua frente
Uma luta desigual
A covardia e frontalidade
Ele covarde atacou
Frontal irás ripostar
Com as forças que irás buscar
No carinho de quem te rodeia
Assim formarás a teia
Onde o irás apanhar
E irás bem alto dizer
Desta vez venci eu
E se voltares a atacar
Com o carinho de quem amo
Te voltarei a vencer

António da Costa

6/12/2010


ACOLHIMENTO

Cara triste
Acabrunhado
Cabeça inclinada para o chão
Por favor
Posso ajudar ?
A voz sai do coração
Sim se faz favor
De pronto aceita o pedido
Seu rosto muda de feições
Já não parece perdido
Um leve sorriso aparece
Mas nota-se o sofrimento
E em seus olhos uma prece
E em palavras agradece
Este pronto atendimento
Já tantas vezes aqui vim
Mas é difícil para mim
Nunca atino com o caminho
Vira á esquerda
Vira á direita
E esta maldita maleita
Que me vai atrofiando
Que rebenta com meu peito
Não sei eu até quando
Não fosse a vossa ajuda
E o carinho que nos dais
Com vossos braços abertos
Sem outros interesses que tais
O vosso braço de apoio
Os vossos ouvidos atentos
Vossa palavra sincera
É naqueles momentos
A certeza de que existe
Quem ouça nossos lamentos
Compreenda nossos sentimentos
Quem ouça nossos ais
Acredite meu amigo
Tudo o que damos é amor
Não fazemos nada de mais

António da Costa

6/06/2010


PORQUÊ ?

Porquê o meu sofrer ?
Porquê a mim ?
Que mal fiz ?
Porque sofro assim ?
O desespero que me apanhou
Leva a perguntas soltas
De que não espero resposta
Pensas apenas
Que o infortúnio me bateu á porta
Que fui eu o escolhido
Na rifa que a vida tem
Que raio de minha sorte
Porque não foi para outro alguém ?
Esta dor que me apoquenta
Este mal que não passa
Já não sei mais o que faça
Para manter a esperança
De que um dia isto acabe
E não passe de uma lembrança
Que volte novamente
Ao outrora onde tudo era melhor
Sem a companhia desta dor
Mas porquê ? não faço mais
E em vez de gritar meus ais
E queixumes sempre iguais
Escolher apenas amor
E lutar no interior
Contra este mal aflito
E mostrar bem o meu querer
Com a força de meu grito
Deixar o marasmo que me amarra
E dizer com toda a garra
Vou lutar para vencer

António da Costa

5/31/2010


GOSTAVA DE TE DIZER

Que a tua dor nos marca
Respeitamos o teu silêncio
Nem sempre falar é bom
Ás vezes calar
Faz bem ao coração
É preciso que saibas
Que quando quiseres falar
Cá estaremos para escutar
Não queremos dar palpites
Sobre o que estás a viver
Apenas estamos presentes
E ajudar o teu sofrer
Não sentimos o que sentes
Pois são tuas essas dores
Não queremos estar ausentes
Nem substituir parentes
Na companhia precisa
Queremos apenas ajudar
Se assim achares por bem
Respeitar o teu querer
No teu sofrimento e dor
Doente que estás a sofrer
Encontrarás em nós amor
O (V) não é de (vaidade)
Apenas serViço e
SOLIDARIEDADE


António da Costa

5/30/2010


Doente , É POR TI

Por ti ultrapasso fobias
Em ti penso todos os dias
Vejo em teus olhos flamejantes
A esperança em dias distantes
Vejo em ti o amor
Que tiveste e tens para dar
Mesmo que o teu sofrimento
Se sinta em teu olhar
Vejo revolta
Vejo serenidade
Vejo em ti a saudade
De tempos idos passados
De sofrimentos de outrora
Mas não como os de agora
Vejo desânimo em momentos
Em que não escondes sentimentos
Pois as forças já se foram
Os braços caídos de cansaço
Repousam em teu regaço
Não te apetece mais lutar
Mas numa palavra amiga
Eis a esperança de novo
Que fazem teus olhos brilhar
lá vais á luta de novo
com vontade de ganhar
Entre o vencer e desistir
Vá lá amigo e amiga
Não desistas dessa briga
Pouco tenho para te dar
Apenas esta vontade
De te poder ajudar
A luta não acabou
E acredita Amigo e amiga
Que é POR TI
Que aqui estou

António da Costa

5/22/2010

ENTRADA NO HOSPITAL




Chega sofrendo
Dor física dor de alma
Dor que dói doendo
Que no corpo vai corroendo
As entranhas de seu ser
Dor que não para de doer
Dor de sofrer
E fazer os outros sofrer
Dor de se sentir culpado
Da dor que os outros sentem
Ao ver o sofrimento calado
Que os olhos por vezes mentem
Dor que um dia chegou
Como carta que de longe vem
Que más noticias nos trás
E que esperamos nunca chegue
Não sabemos se seremos capaz
De ultrapassar o que de mal elas tem
Dor que dói a valer
Que ultrapassa a esperança
Presente na lembrança
De que tudo irá passar
E deixará de sofrer
Mas
Quando isso vai ser ?
Quando vai acontecer ?
E vai deixar de doer ?
Ou apenas acabar ?
Doente que chegas sofrendo
Que a esperança não te acabe
Exige que te ajudem
É essa a obrigação
Dos que bons pensam que estão
E minorar tua dor
Terão de o fazer com amor
É essa sua missão
E em moral a obrigação

António da Costa
http://pensandodizendo.blogspot.com/

4/24/2010

SEMPRE ME DEI




Dei-me de corpo inteiro
A tudo que na vida fiz
Mesmo não sendo o primeiro
Sempre dei do que tinha
Aquilo que sempre quis
Dei amor que não foi meu
Pois que antes alguém mo deu
Carinhos que eu dei
E que em dobro recebi
Mas que ainda hoje não sei
Se esse amor que eu dei
E dentro de mim calado
Pois se dei e me foi dado
Se calhar não dei
Apenas foi emprestado
Dar não é assim
É tirar de dentro de mim
O que de mais belo tiver
Desprender-me do que mais gosto
Em favor de quem precisa
Sem que mo seja proposto
É dar-me por inteiro
E não esperar nada em troca
Não ser orgulhoso ao dar
Nem sequer sentir vaidade
Pois quem espera meu dar
Tem no espírito a esperança
E no corpo a necessidade
Assim gostaria de ser
Assim estou a aprender
E assim um dia serei
E tudo de mim darei
E então direi só para mim
Finalmente o que dou
Nasceu dentro de mim


António da Costa

4/01/2010

Senhor que te fizeram ?






Hoje olhei para o céu
E senti em meu coração
Um misto de alegria e dor
Eu sabia que se assinalava
A morte de meu Senhor
Humildemente nasceu
Mesmo sendo filho de Deus
O Rei dos Céus e da terra
Não exibiu o seu reinado
Humildemente viveu
Cumprindo o que estava escrito
Para acabar com o pecado
Passou fazendo o bem
Por todos os cantos da terra
Sempre levando a paz
Denunciando a guerra
Teve amigos e seguidores
Humildes poetas e doutores
Reis e outros senhores
Que ele tratou como iguais
A este mundo chegou
Trazendo uma nobre missão
Do pecado original
Ele nos vinha libertar
E dizer-nos que a morte
Não era mais o terminar
Era agora o continuar
Para um estágio superior
Onde poderíamos desfrutar
A companhia de Deu Nosso Senhor
Em tão pouco tempo
Tanto fez Jesus
E a recompensa dos homens
Foi prega-lo numa Cruz
De tal me sinto culpado
Pois continua a paixão
Pelo meu e teu pecado
Dia a dia Crucificado
Dando sempre o seu amor
Seus filhos Ele acarinha
Suportando a sua dor
Eu sei que ressuscitas
Mas te peço com fervor
Não deixes que com meus actos
Te continue a matar SENHOR

António da Costa

3/28/2010

Jesus que um dia Nasceste



Jesus que um dia nasceste
Com uma única vontade
Amar e ser amado
Salvando a humanidade
Cresceste amando os outros
A todos ensinando o amor
Nem todos compreenderam
E continuam causando a dor
Só olham para o seu irmão
Nesta quadra de festa
Esquecendo-se deles
Em todo o tempo que resta
E é só nesta altura
Ao celebrar teu nascimento
Que alguns se lembram dos outros
Apenas por algum momento.
Mas o aniversário é teu
Por isso pede uma prenda
Exige deles SENHOR
Que nos outros vejam teu rosto
E façam de todos os dias
O grande dia do AMOR


(António Costa )

3/19/2010

PAI




Coração cheio de saudades
Mas ainda carregado de amor
Por ti querido Pai
Que foste meu progenitor
Saudades do amor que davas
Da palavra amiga constante
Do carinho que emanavas
Desse teu coração Gigante
Foste Pai companheiro amigo
Com tua presença constante
Desbravando o caminho
Comigo foste caminhante
Tu me ensinaste a amar
Com teu exemplo de amor
Me mostraste que o objectivo
É seguir Jesus O Senhor
Ser honesto humilde sincero
Aos outros dar a mão
Sem esperar recompensa
Apesar de já teres partido
E enquanto minha alma não vai
Continuo a sentir a tua presença
E por isso hoje dia de S. José
Te digo
Obrigado PAI

António Costa
Luzeiro Santa Maria

3/05/2010

Ajudar é Preciso



Nunca tantos precisaram de tanto
Nunca tanto foi tão pouco
Nunca tantos dependeram
Um pouco dos que tanto tem
O muito que deles sobra
É pouco mas é tanto
Para quem de tanto precisa
E que tão pouco nos cobra
E com pouco se contenta
Até o vento e sua brisa
Sabem do quanto precisa
Aquele que nada tem
É tempo de não parar
É tempo de estar atento
Ouvir o que diz o vento
Que novas traz dos que sofrem
Que nos desperta os sentidos
Nos mostra a realidade
Dos muitos que nada tem
E do muito que precisam
Apenas um pouco os fará felizes
Do muito que outros tem
É tempo de não calar
Solidariedade é actuar
É tempo de Ajudar

António Costa

2/28/2010

Palavras


Palavras

Palavras ditas ao acaso
Palavras saídas com força
Palavras atiradas como balas
Que ferem mais que estas
Palavras que são frontais
Mas comparadas com bestas
Magoam muito mais
Mas:
Palavras são também amor
São carinhos que atiramos
Como plantas em flor
Que voam ao acaso
Levadas ao sabor do vento
Enquanto a imaginação
As transporta em voo lento
Dirigidas com carinho
Áqueles de quem gostamos
A esses é fácil amarmos
Mas:
Palavras podem ser desafio
De pelo menos uma vez na vida
As enviarmos com destino
Ao Idoso , ao Pobre
Ao adulto , ao menino
Ao poderoso, ao sem abrigo
E principalmente
Aquele a quem consideramos inimigo

António da Costa