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10/03/2009

Vento faz-me um favor




Vento que tudo levas
Leva minha tristeza
Leva de mim esta angústia
Este meu triste pensar
Leva os encolhos da vida
Amarguras de pensamentos
Leva as dores
Leva os tormentos
Leva as noites de insónia
Os dias de solidão
Leva os problemas da vida
Presos em meu coração
Leva as falsas amizades
As arrogância e as maldades
A maledicência e a traição
Leva-as
Mas leva-as para bem longe
Cá não ficarão saudades
Leva-as
Mas prende-as lá longe
Para que não possam voltar
E se assim acontecer
Muito mal poderão fazer
Leva-as
Leva-as e enterra-as bem fundo
Leva-as
E faz isso por favor
E verás então
Como o mundo será melhor

António Costa

Obrigado Senhor


Obrigado Senhor

Obrigado pela vida
Obrigado pelo amor
Por tudo que me tens dado
Ó Senhor obrigado
Deste-me Pais
Deste-me irmãos
Deste-me família
A quem amo e sou amado
Ó Senhor obrigado
Deste-me um corpo para viver
Um coração para amar
E sempre me tens acompanhado
Ó Senhor obrigado
Deste-me a mulher ideal
Para juntos caminhar
Nesta difícil jornada
Sem vacilar lado a lado
Ó Senhor obrigado
Deste-me filhas queridas
Que te seguem com amor
Puro amor e imaculado
Ó Senhor obrigado
Deste-me ouvidos para ouvir
Os lamentos do doente
Do pobre necessitado
Ó Senhor obrigado
Deste-me olhos para ver
Os sofrimentos da terra
Dos genocídios e da guerra
Deste mundo desencantado
Ó Senhor obrigado
Deste-me mãos para ajudar
E eu vou tentando cumprir
Mas são tantos os que precisam
Que um milhão de mãos eu tivesse
E trabalhasse noite e dia
Acabar com o sofrimento
Capaz eu não seria
Mas mesmo sem o trabalho acabado
Por isso tudo Senhor obrigado
Obrigado pelo que sou
Pelo pouco que posso dar
Pelo que posso fazer
Por aquilo que quero crer
Por ser Cristão e Baptizado
Por tudo isto SENHOR
Mais uma vez obrigado


António da Costa

USA 02-09-2005 Nova Orleans


Estou triste
Sinto que quero chorar
Meus olhos não tenhem lágrimas
Parece que vou rebentar
Esta tristeza
Que consome meu coração
É tristeza , é angústia
É desânimo , é impotência
Não poder estender a mão
Aos que sofrem este momento
Esta dor este tormento
De tudo terem perdido
O que tinham conseguido
Ás vezes com muito esforço
Mas o mal bateu á porta
Deixou tudo destruído
E tarda a chegar ajuda
Tarda a chegar alimento
E para as dores tratamento
País grande potência
Onde está a eficiência
De auxiliar os seus
Onde para o dinheiro
Para acudir de repente
Está na guerra maldita
Que deixa aflita gente
Ao ver morrer seus filhos
Agora dentro de casa
Governantes incompetentes
Não conseguem ajudar
Aqueles que estão a morrer
Á mingua de água e de pão
Os filhos de sua Nação

António da Costa

Tudo o que tenho é Teu



Tudo de tudo o que tenho
Tudo de tudo é teu
Senhor tudo que de ti veio
Tudo guardo com amor
Mas de o perder tenho receio
Senhor de tudo que és dono
Serei guardião de tudo
Mas tudo me tira o sono
Tudo eu quero guardar
São talentos que me deste
Para com outros partilhar
Nas minhas mãos os puseste
Partilhando com os outros
Não deixo de os guardar
Tudo de tudo o que tenho
É tudo o que tenho de meu
Se aos outros der o que tenho
Dei o que me deste Senhor
Agora sou todo teu
Aos outros dei meu amor



António da Costa

Dono do Mundo



Os pingos da chuva que cai
São pingos de amor a sorrir
São flores que vem do Céu
São benções do Pai a cair
Vão caindo de mansinho
Como se fossem carinhos
Acariciam nossos rostos
Mostrando-nos
Que os desgostos
São das rosas os espinhos
Chuva que vais caindo
Não deixes que meu coração
Escondido bem cá dentro
Não viva esta emoção
De sentir este momento
Vem entra em meu corpo
Atravessa esta barreira
Penetra bem lá no fundo
Mostra-me Deus no seu trono
Não sou o dono do Mundo
Mas sou o filho do DONO



António da Costa

Como estou Feliz


Mãe
Como estou feliz
Feliz por ti,
Feliz
Pelo amor que os homens te deram
Pelos espinhos
Que do teu coração tiraram
Estou feliz
Por ver teu exército crescer
Por ver
Que os que te defendem
São cada vez mais
Mas, Mãe
Por outro lado estou triste
Muitos são ainda os homens
Que espinhos continuam a cravar
Em teu nobre coração
E com falta de oração
Vivendo sempre em pecado
Faz Mãe
Com que alguns desses espinhos
Se cravem em mim
Para que teu coração
Não fique tão magoado


António da Costa

Foi Triste meu acordar


Hoje foi triste meu acordar
Tinha dormido sem dormir
Tinha sentido sem sentir
Tinha descansado sem descansar
Foi o sonho mais lindo
E sempre irei recordar
Sonhei que estava a nascer
Tudo era triste e sombrio
As paredes escuras e frias
Meu corpo envolvido
Num simples pano de linho
Mas estranho
Eu não chorava
Apenas soluçava de mansinho
O calor do colo que me acolhia
Era como uma doce melancolia
Ternas mãos me acariciavam
Enchendo-me de carinho
Uma luz entrava em meu coração
Eu sem os olhos abrir
Sentia que eram estrelas do Céu a cair
Abri os olhos
Mas que doce emoção
Que rosto mais lindo e belo
Jamais poderei descrever
O que naquele momento senti
Mas aquele rosto tão belo
Já de outros lados conhecia
Aqueles olhos tão lindos
Eram da Virgem Maria
Ela a Mãe de Jesus
A Mãe do que por nós
Morreu na cruz
Ela a nossa Mãe
Desejei naquele momento
Que o sonho nunca acabasse
Mas também tive receio
Que o Menino Jesus acordasse
E ali me visse deitado
No regaço que era seu
E tal como pensei
Isso mesmo aconteceu
Logo de medo tremi
Óh que seria de mim
Que me iria acontecer
Se calhar castigado por tanto me atrever
Mas a voz D’Ele soou
E meigamente falou
Não temas
Já vi que sabes quem sou
O colo em que estás deitado
E que por meu Pai foi criado
Para um dia me acolher
Já não é só meu
É vosso
Para que todos acreditem
O amor que Ele vos tem
Por isso partilho convosco
O regaço de minha Mãe
Neste momento acordei
E quão triste eu fiquei
Enorme esforço fiz
Para voltar a adormecer
Mas dentro do coração
Tive uma estranha sensação
Ouvi uma voz que me dizia
Não durmas
Vai para o mundo
Faz a paz e a caridade
Anuncia o meu caminho
Faz de tua vida
Uma constante oração
E quando estiveres cansado
Verás que mesmo acordado
No colo de minha Mãe
Encontrarás descanso e carinho
E o meu amor também

António da Costa

Á Memória do Irmão Roger(Comunidade Taizé )




Sim seguiste a Jesus
Quiseste a paz e união
A todos estendeste tua mão
Pra todos foste irmão
Que mais queriam eles então
Para te deixar acabar esta passagem
Serenamente e em Paz
Seria pedir muito
Que te respeitassem
Já não digo que te amassem
Isso é liberdade para qualquer um
Foram cruéis
Mandantes de outros interesses
Não gostavam de tuas preces
A Paz não vende armas
Incómodo eras então
Por teres criado uma união
Que a muitos incomodava
Era preciso calar-te
Era preciso silenciar-te
Era preciso eliminar-te
E assim foi feito
E assim aconteceu
A vida te ceifaram
Cobardemente o fizeram
E assim eles quiseram
Mostrar para o Mundo
Que o golpe mais profundo
No caminho para a paz
No caminho do amor
Foi tirarte esta vida
Que dedicaste inteiramente
Ao teu , ao Nosso SENHOR

António Costa

10/02/2009

O mundo tem tanta coisa


Tem chuva que cai e não molha
Tem sol que vem e não seca
Tem amor que parte e não volta
Outro aparece em hora certa
Vem amor que deixa coração vazio
Tem outro que enche a gente
Tem pessoa que olha de lado
Tem outros
Encaram o problema de frente
Tem quem se esconde da dor
Tem quem a guarda calado
Tem quem o faça por amor
E tenham o coração fechado
Tem quem não partilhe seu mal
Tem quem não sabe o que faz
Tem quem dê passos errados
Tem quem não possa voltar atrás
Tem quem não conhece Jesus
Tem quem não queira conhece-lo
Tem quem já o conhece
Tem quem nuca quererá perdê-lo
Tem tanta coisa este mundo
Que nos causa tanta dor
Mas tem coisas tão bonitas
Que Deus nos dá com tanto Amor



António da Costa

Solidão





Solidão é não ter Jesus
Solidão é falta de amor
Falta de amigos a quem recorrer
Solidão é tristeza que queremos ter
Quando somos ignorados
Solidão é quando pensamos
Que nada valemos
Solidão é saber que nada temos
Porque o pouco que já tivemos
O demos com abundância
Solidão
É querer dar do pouco que resta
Com respeito , carinho e amor
Mesmo quando nosso pouco não presta
Uma palavra esperamos
Mostrando até se erramos
Pois o desprezo é dor
Para quê trabalhar se é solidão
Mais vale parar e pensar
E perguntar
Os outros onde estão ?


António Costa

Pensar




Penso que penso mas não penso
Meu desejo seria pensar que penso
Mas pensando que penso
Sem pensar
O pensamento não é o que penso
Mas penso que é o meu pensar
Gostava de gostar
Do que gosto
Ás vezes não sei se gostar
O gosto que é o gosto que gosto
Nem sempre é o gosto de amar
Perdido em palavras vãs
Vou divagando por aí
Esperando que aquilo que penso
E todo o amor que sinto
Seja dos outros também
Um pensamento forte e sincero
Um amor puro e são
Por todos
Os que não conseguem pensar
Porque tudo na vida lhes falta
Saúde , carinho , amor
E muitas vezes
O PÃO

António da Costa